Desde criança e desde que tenho memória que sempre fui muito curioso, adorava aprender coisas novas e o desporto e os atletas sempre captaram a minha atenção e o meu imaginário. Para mim tudo começou como espetador da RTP2, à data, anos 80 e princípios dos anos 90, o único canal de televisão dos 4 existentes que cobria grandes competições desportivas para além do Futebol. Recordo-me de assistir em conjunto com os meus pais a várias vitórias da Rosa Mota em maratonas, à dramática final dos 5.000m no JO de Seul 1988 quando o Domingos Castro perdeu a medalha nos últimos metros para um atleta alemão, ao 9º lugar do Alexandre Yokochi nos 200 bruços em Seul, ainda o melhor resultado de sempre em JO de um nadador português, ao Paulo Guerra a fazer pódios e a bater-se com os melhores atletas africanos em mundiais de corta mato e à vitória da Fernanda Ribeiro nos 10.000 dos JO de Atlanta 1996.

Na infância depois de uma breve passagem pela ginástica foi a natação que me cativou. Dominar o meio aquático, os 4 estilos, as várias viragens, etc.. Na natação competi em piscina curta, longa e águas abertas quando surgiram os primeiros circuitos de travessias organizados pela Associação de Natação do Distrito de Santarém.
Nas férias de verão as minhas manhãs eram passadas a treinar na piscina municipal de Tomar, durante o período da manhã, e na parte da tarde era frequente eu e os meus colegas de equipa fazermos 18kms de bicicleta (BTT) para a Albufeira do Castelo de Bode onde passávamos a tarde a nadar para um par de horas mais tarde fazer-mos o caminho de regresso a casa. Em julho a seguir ao almoço assistia religiosamente à etapa do Tour após a qual saia inspiradíssimo para fazer o meu habitual contrarrelógio de estrada em bicicleta de BTT com cerca de 10kms. Ao chegar anotava num bloco de notas a distância percorrida, V.média (km/h), etc..

Concluído o 9º ano, quando questionado sobre que área iria seguir já afirmava a todos os meus colegas e professores que queria ser professor de educação física. No secundário, ao longo dos 3 anos na área de Ciências com opção de desporto o gosto e curiosidade foram aumentando. Seguiu-se a licenciatura no Porto. Foram 5 anos marcantes que me possibilitaram aprender com os melhores professores, a grande maioria também treinadores com provas dadas nas suas modalidades e áreas científicas.
Assim que concluí a licenciatura tive uma oportunidade de trabalho no Clube de Futebol “Os Belenenses” como professor de natação e treinador adjunto no escalão de cadetes – competição. Estava no meu meio natural, a natação onde pude ajudar os outros e transmitir-lhes o gosto, o prazer e a superação através do meio aquático. Aqui permaneci ao longo de 3 anos, cargo que acumulei com o de professor de educação física do 3º ciclo e secundário.
Durante este período e por incentivo do meu amigo Bruno Salvador tirei os cursos de Treinador de Triatlo de grau I em 2005 e de grau II em 2007. No Verão de 2007 aceitei o convite do Clube Olímpico de Oeiras para começar uma escola de Triatlo no Jamor. Foi uma oportunidade de sair da minha zona de conforto e de me desafiar num desporto que não dominava. À época a teoria e metodologia do treino de triatlo estava a dar os primeiros passos e não havia um corpo de conhecimentos e práticas validadas como existe atualmente. Foi por isso mesmo que em 2009 iniciei o mestrado em treino de alto rendimento na FMH onde tive a oportunidade de adquirir o conhecimento teórico e a prática na utilização de métodos e técnicas de controlo e avaliação da performance, especialmente durante a recolha de dados para a minha tese de mestrado onde tive a oportunidade de estudar a influência do ciclismo na corrida em triatletas age groupers e de seleção nacional.
No trabalho desenvolvido no COO ao longo de 16 anos tive a sorte de ter tido a possibilidade de acompanhar um grupo grande de triatletas desde a sua formação até ao Alto Rendimento. Foram anos muito ricos em aprendizagens onde consolidei a minha prática e uma metodologia própria sempre com base no conhecimento científico atual mas também com um olhar atento para práticas de treino e filosofias dos países e treinadores que se foram destacando no terreno.

Tendo terminado este ciclo de 16 anos no COO comecei recentemente a trabalhar por conta própria no projeto TriEndure, desta vez com atletas mais virados para o Triatlo de longa distância, corrida e ciclismo. Neste curto período de trabalho confesso que fiquei espantado com a qualidade e o nível de individualização do treino que tenho conseguido desenvolver com alguns dos atletas que oriento atualmente. Neste caso concreto a quantidade de atletas de um treinador é claramente inimiga da qualidade desse trabalho e é por isso que na TriEndure priorizamos a qualidade do trabalho com cada atleta vs quantidade de atletas que orientamos.
Encaro o desafio da TriEndure com o mesmo espírito da minha juventude: inquieto, curioso, apaixonado e ávido de aprender, de partilhar a minha experiência, conhecimento e de fazer acontecer em conjunto com os atletas que me procuram.
Agenda já uma reunião connosco para ficares a par das diferentes opções de enquadramento técnico de que dispomos.
Juntos somos mais fortes,
Rodolfo Lourenço